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Diálogo Aberto
Saúde e Equilíbrio
Gerontologia - Entrevista
Envelhecimento da população abre espaços para atuação do gerontólogo
Em entrevista realizada pela Universidade de São Paulo (USP), a
gerontóloga Eva Bettine, coordenadora do Canal Alzheimer do Portal
Terceira Idade, fala sobre os desafios da área no Brasil
Foto mostra atividades para terceira idade oferecidas pela
USP; no destaque, a gerontóloga Eva Bettine
m
2050, a população de idosos brasileiros será quase triplicada
e o Brasil será considerado uma nação envelhecida. A
classificação é feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS)
para os países com mais de 14% da população constituída de
idosos, como é o caso da França, Inglaterra e Canadá. A
mudança no perfil sociodemográfico da população abriu mais
oportunidades para os profissionais da gerontologia. Eles
atuam em várias áreas, cuidando do envelhecimento em seus
aspectos biopsicossociais.
Dia 24 de março foi o dia do gerontólogo, e na Escola de
Artes, Ciências e Humanidades (EACH), da Universidade de São
Paulo (USP), onde o curso é oferecido, a categoria tem motivos
para celebração.
Segundo Eva Bettine, gerontóloga formada na terceira turma da
EACH, Vice-Presidente da Associação Brasileira de Gerontologia
(ABG) e coordenadora do canal de dúvidas sobre Alzheimer do
Portal Terceira Idade, embora a profissão ainda esteja com sua
regulamentação tramitando no Senado Federal e aguardando
aprovação terminativa, os profissionais vêm ampliando sua área
de atuação: trabalham em hospitais, centros de acolhida de
idosos, programas sociais, planos de saúde, atendimento
domiciliar e, no meio acadêmico, com pesquisas de doenças como
Alzheimer e Parkinson.
Desafio
Ao ver de Eva, o desafio maior dos gerontólogos é lidar com o
envelhecimento sem o país ainda ter resolvido a prevalência de
doenças infectocontagiosas, que atingem diferentes faixas
etárias. Segundo a gerontóloga, há poucas décadas, o Brasil
era um país jovem e hoje, devido às melhorias das condições
sanitárias, descobertas de fármacos que diminuíram os efeitos
das doenças crônicas e campanhas de vacinações, a situação
mudou. Os 12,5% de idosos que compõem a população brasileira
hoje vão chegar a uma taxa de 30% até a metade do século.
O envelhecimento visto de forma mais ampla
Diferentemente da geriatria, que trabalha com patologias
específicas da faixa etária, o gerontólogo se ocupa do
processo do envelhecimento de forma mais ampla. Ele promove
ações para que as pessoas vivam a idade madura com saúde,
independência e autonomia. “Procuramos mudar a lógica que
impera no meio social de considerar o envelhecimento somente
como perdas e uma fase da vida improdutiva e inativa”. As
pessoas podem viver mais e com qualidade de vida, conclui Eva.
O mercado de trabalho tem sido promissor para os gerontólogos
e deverá melhorar nas próximas gerações. Em instituições de
longa permanência de idosos (ILPIs), eles atuam como gestores
de equipe e como programadores de atividades para que o local
tenha caráter socializador, o que vai além do cuidado de
enfermagem e alimentação. Em hospitais, atuam em procedimentos
que não precisam de internação. As possibilidades
profissionais são inúmeras. Eva, por exemplo, além de
trabalhar em uma casa de repouso, oferece consultoria no
Portal da Terceira Idade respondendo perguntas de internautas
sobre Alzheimer (ver link abaixo).
Fotos: Marcos Santos / USP Imagens / Eva Bettine / arquivo /
divulgação
Fonte: USP - Universidade de São Paulo