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Bem-estar em todas as idades
Coluna 38
Como prevenir as perdas cognitivas associadas ao envelhecimento
As atividades mentais mais complexas para o cérebro são como esforços físicos para nossos músculos: quanto maior a atividade mental no dia a dia, menor o risco de idosos desenvolverem demências como a doença de Alzheimer
O cérebro tem uma certa plasticidade, ou seja, uma capacidade de se transformar de acordo com as exigências e tarefas que oferecemos a ele
certo que todos nós apresentamos algum declínio em nossas capacidades cognitivas, como a memória e a capacidade de aprender algo novo. Algumas das funções de nosso cérebro já sofrem prejuízos discretos ou pouco aparentes a partir dos 45 anos de idade. Uma exceção parece ser o caso da nosso vocabulário, que pode aumentar até por volta dos 60 a 65 anos de idade, declinando em lentamente em seguida.
Por outro lado, muito podemos fazer para reduzir a velocidade deste declínio. No caso de alguns, é até possível revertê-lo. Nesta coluna, explicarei o papel das atividades mentais no envelhecimento cerebral. Isto é muito importante pelo motivo que, ao envelhecerem, as pessoas podem se tornar menos ativas, participando de menos atividades que estimulem a memória e outras funções do cérebro.
Monotonia e falta de desafios traz malefícios ao cérebro
Quem não conhece a história do senhor ou da senhora que, ao encerrar uma carreira profissional ou ao se aposentar, decide por “descansar”, restringindo sua vida a poucos afazeres, muitos deles dentro de casa? Pois é esta vida monótona e sem desafios que traz malefícios ao cérebro. Este órgão tem uma certa plasticidade, ou seja, uma capacidade de se transformar de acordo com as exigências e tarefas que oferecemos a ele. As atividades mentais mais complexas para o cérebro são como esforços físicos para nossos músculos. Elas têm a capacidade de aumentar o volume de regiões cerebrais essenciais para a memória, o raciocínio e a capacidade de realizar as tarefas do dia a dia.
Participar de grupos de atividades manuais ou de cursos dos mais diversos temas, engajar-se em resolver quebra-cabeças ou caça-palavras, envolver-se na resolução de problemas novos, aprender uma nova língua, tocar um instrumento musical, praticar algum ofício artístico, como pintura, desenho ou mesmo carpintaria, são alguns exemplos de estímulos benéficos à nossa capacidade mental. Quanto maior a atividade mental no dia a dia, menor o risco de idosos desenvolverem demências como a doença de Alzheimer.
Hipocampo armazena a memória
Uma pesquisa publicada em 2008 acompanhou 37 idosos durante 3 anos. O grupo de pessoas com maior nível de atividades mentais neste período não apresentou redução no volume do hipocampo – a principal região do cérebro envolvida no armazenamento da memória. Enquanto isso, as pessoas que apresentavam baixa atividade mental apresentaram uma redução de cerca de 10% nessa região, com potencial queda de suas capacidades de memória. Portanto, envolver-se em atividades mentais diversas ao longo da vida, mesmo em idades mais avançadas, é capaz de reduzir perdas cognitivas associadas ao envelhecimento.