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O Cabo e o Major Bananeiras
Dedicado as minhas irmãs Griselda,Brasília e Virginia.
No ano de 1905, quando estava em efervecência o início do serviço militar obrigatório no Brasil, os Grupos Escolares em São Paulo, foram uniformizados e instruídos para tal fim, afim de encentivar a infância e a mocidade, para quando chegasse a idade precisa estarem familiarizado com esse dever pátrio.
Eu era aluno do Grupo Escolar da Liberdade e como tal me fardei de branco, uniforme de grande gala. Depois de alguns exercícios o instrutor, oficial do Exército, me promoveu a "cabo" enquanto que o meu colega do 4ºano, da família Cerqueira Cezar, neto de um presidente do Estado de São Paulo, foi designado como "major", ultimo posto no Grupo Escolar.
No dia 7 de setembro houve formatura geral de todos os grupos e para concentração foi designado o Jardim da Luz, onde se efetuou uma das maiores reuniões cívicas de que tenho memória.
Na parte da manhã, às 6 horas, nos reunimos nos Jardins do Grupo Escolar, debaixo de frondosas árvores e um tanto afastado existia uma plantação de bananeiras, onde costumavamos, os quartoanistas, nos reunir.
Acresce que lá estava eu e o major Cerqueira, que por qualquer razão queria dar "umas ordens", que eu não queria aceitar. Houve acalorada discussão e acabamos nos “atracando", rolando por dentro das touceiras das bananeiras.
Ficamos em estado lastimável, cheios de nódoas, enquanto vieram os demais colegas nos separar, pois estavamos dispostos a brigar até ao fim, como dois verdadeiros galos garnizé.
Chegando o Instrutor, que deu o toque de reunir, e nos encontrando naquele lastimável estado, não teve outro remédio senão fazer-nos formar assim mesmo e para castigo, reunindo a tropa, disse solenemente...
- Vocês dois, ficam apelidados, de hoje em diante, como o "Cabo" e o "Major" Bananeiras!
Autoria de Angelo Lazzaro (meu avô). |
Wanda Maria Lazaro Fragoso Dantas
Brasilia DF
De 51 a 60 anos |
08/03/2007 |
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