 |
A JORNADA
Perdido na noite impura
Sem itinerário definido,
Vagueia a rota criatura
Paria da vida... Desiludo!
Têm calçadas por passarela,
Latões de lixo como baliza.
Portais/camarotes, seqüela!
Pôr aplausos, apenas a brisa!
A cada esquina vencida
Arqueiam os seus ombros,
Os pés vacilam na subida
Ao fugir dos escombros.
Para ante o neon.... Absorto!
Igual uma mariposa vencida.
Nas casas, o máximo conforto,
Nele... Um arremedo de vida!
Encosta-se na parede quente,
Nádegas no piso úmido/gelado:
Sauna funesta e inclemente
A dizimar o âmago do coitado.
Somos de deus o retrato
Com reflexo... Positivo!
O homem, em voragem,
Faz do mísero... Negativo!
Sofre a carne do abandonado
Dilacerada na escada da vida,
Chegando ao patamar arrasado
Pêlos percalços da vã subida!
Porém, esgotada a natureza
Da vil matéria lhe doada,
O espírito reluz com realeza
Liberto da casca da jornada.
O afortunado da matéria
Terá dívida... Acumulada,
Por dizimar a miséria
Sobre irmão de jornada!
(aa.) S/A/BARACHO. |
Sebastião Antônio Baracho
Coronel Fabriciano MG
De 61 a 70 anos |
11/05/2007 |
 |